quinta-feira, 21 de maio de 2009

Valsa contra a crueldade da guerra



O presidente libanês Bashir Gemayel e sua ligação com a milícia cristã radical representava uma ameaça aos fundamentalistas muçulmanos. Foi morto em 14 de setembro de 1982, antes de assumir o cargo. Dois dias depois, as tropas de Israel, que apoiavam Bashir, empreenderam um massacre em Beirute, que matou crianças, mulheres e todos que estavam no caminho.

O cineasta Ari Folman era, na época, um jovem de 19 anos, recrutado como soldado pelo exército israelense. Ele esteve do lado que empreendeu aquele morticínio. Duas décadas se passaram e o trauma de ter presenciado o desumano conflito continuou o atormentando. Mesmo durante o sono, pesadelos o assombravam até que ele resolveu transformar tudo em arte.

O resultado é a obra-prima Valsa com Bashir, o primeiro filme de animação indicado ao Oscar de produção estrangeira, disputando lado a lado com obras que usam atores de carne e osso.

Salvador agora pode ver o filme, uma realização que documenta com desenhos tudo o que aconteceu. Melhor ainda, mostra lembranças coletadas pelo diretor junto aos seus colegas de guerra. Mistura tudo isso a viagens oníricas, pesadelos e reflexos da ausência de parte das memórias, lapsos apagados pela mente, num esforço de autopreservação.

Um filme (desenho animado com arte sublime) humano, tocante, que por onde passou levou as plateias às lágrimas. Simplesmente imperdível! Assistam!! O filme entra em cartaz nesta sexta-feira, dia 22, na SaladeArte-Cinema do MAM, que fica ali no Solar do Unhão, na Av. Contorno. Sessões diárias, às 20h45.


Um comentário:

Érica Saraiva disse...

Caraca, não perco por nada!
Pelo teor histórico, pelo "quê" documental, e é claro, por ser uma animação deste nível.