Nada de perseguições policiais, quedas engraçadas ou beijo de amor no final... O novo filme de José Padilha, que ficou famoso mundo afora ao dirigir Tropa de Elite, trata sobre a face mais cruel da nossa pobreza.
A película se chama Garapa, é um documentário e estreia no próximo dia 29. Padilha virá à Bahia para participar de uma première e discutir o grave problema que nos aflige e envergonha... Ou pelo menos, deveria.
Conversei com ele pelo telefone, hoje à tarde. Padilha contou os bastidores desta produção, rodada em preto e branco e sem qualquer firula para mostrar a verdadeira cara do Brasil. Vi o filme há algumas semanas quando fazia a seleção dos longas-metragens para o Cine PE, festival pernambucano que está entre os quatro grandes do país. Fiquei chapado com as cenas: flashes de um cotidiano que se arrasta numa luta inglória pela sobrevivência.
A cena acima mostra uma das três famílias cearenses que o filme acompanha. Direta e forte, a obra se inspira na visão lúcida do cientista Josué de Castro, o primeiro estudioso a mapear a fome no Brasil. O conceito central é de que a morte pela falta de comida não se dá apenas com a ausência total do alimento, mas com a subnutrição que vai minguando, cruel e gradualmente, as vidas humanas.
A fita foi lançada na última edição do Festival de Berlim e foi muito aplaudida por uma plateia europeia literalmente chocada. Filme obrigatório, todos devemos assistir, pensar sobre ele e fazer algo.
Em tempo: "Garapa" é a mistura açúcar com água, único alimento que boa parte das crianças brasileiras tem acesso para matar a fome na ausência de outro alimento. Confiram abaixo o trailer do filme.
A película se chama Garapa, é um documentário e estreia no próximo dia 29. Padilha virá à Bahia para participar de uma première e discutir o grave problema que nos aflige e envergonha... Ou pelo menos, deveria.
Conversei com ele pelo telefone, hoje à tarde. Padilha contou os bastidores desta produção, rodada em preto e branco e sem qualquer firula para mostrar a verdadeira cara do Brasil. Vi o filme há algumas semanas quando fazia a seleção dos longas-metragens para o Cine PE, festival pernambucano que está entre os quatro grandes do país. Fiquei chapado com as cenas: flashes de um cotidiano que se arrasta numa luta inglória pela sobrevivência.
A cena acima mostra uma das três famílias cearenses que o filme acompanha. Direta e forte, a obra se inspira na visão lúcida do cientista Josué de Castro, o primeiro estudioso a mapear a fome no Brasil. O conceito central é de que a morte pela falta de comida não se dá apenas com a ausência total do alimento, mas com a subnutrição que vai minguando, cruel e gradualmente, as vidas humanas.
A fita foi lançada na última edição do Festival de Berlim e foi muito aplaudida por uma plateia europeia literalmente chocada. Filme obrigatório, todos devemos assistir, pensar sobre ele e fazer algo.
Em tempo: "Garapa" é a mistura açúcar com água, único alimento que boa parte das crianças brasileiras tem acesso para matar a fome na ausência de outro alimento. Confiram abaixo o trailer do filme.
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